Foram já muitas as ocasiões em que eu disse que a nossa vida era como uma peça, onde nós somos a personagem principal. Cada momento acaba por representar uma cena no nosso palco e cada pessoa é mais uma personagem ou figurante que faz parte do nosso enredo.
A certa altura, se calhar teremos necessidade de resumir a nossa história para podermos apresentar-nos a outra pessoa. Será então um teste à nossa capacidade de organização de ideias. Na grande maioria das vezes, contamos as recordações que temos mais presentes na nossa memória e acabamos por ocultar certos episódios que praticamente se varreram da nossa mente.
Nós não somos um conjunto de recordações, mas sim um conjunto de vivências e experiências. São os nossos actos e atitudes que nos caracterizam. Aquilo que vivemos foi o que nos tornou naquilo que fomos um dia e nos fez viver nas experiências seguintes. Recordações, boas ou más, são meros filtros que podem acabar por banalizar uma experiência talvez completa mas que a nossa mente encarregou-se de encaminhar para o esquecimento.
No fundo, algo acaba por se esconder de forma consciente ou inconsciente, mas que faz parte da base do nosso ser. Não nos lembramos ou simplesmente podemos não dar o devido valor mas certo é que contará sempre muito para um dia conseguirmos atingir certas metas. Mais que não seja por ter feito parte de todo um percurso...