terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Condicionalismos

Temos situações em que temos medo de tornar "públicas" as nossas opiniões e/ou intenções. Ficamos com receio daquilo que as pessoas podem ficar a pensar de nós. Não queremos ser sujeitos a uma espécie de julgamento em praça pública, onde quantas mais forem as pessoas à nossa volta, maior é o número de advogados de acusação.

Obviamente que é fácil de dizer que ninguém tem nada a ver com a nossa vida e que não têm nada de estar a avaliar a nossa forma de estar ou os nossos comportamentos, mas o ser humano é assim mesmo. Nós próprios avaliamos os comportamentos dos outros, porque é que os outros não haveriam de avaliar os nossos?

Não digo que seja o máximo a fazer, mas sim o que devemos fazer. Comentários, maus olhares, e mais um rol de atitudes desprezíveis estarão sempre aqui ao lado mesmo à mão de semear e por isso terão sempre o mesmo valor: aquele que nós lhe dermos. Se nos deixarmos condicionar por esse tipo de comportamentos, quer dizer que lhes damos valor. Se vivermos, fizermos aquilo que quisermos, dissermos o que tivermos a dizer mesmo que seja de forma equilibrada, então estamos a desvalorizar aqueles comportamentos que pouco ou nada contribuem para o nosso dia-a-dia.

4 comentários:

Escarlate disse...

Não posso deixar deadmitir que muitas vezes me calo com medo desse tipo de "rejeição", maus olhares...

Mas será que lhes dou assim tanta importância ou apenas é uma forma de pouca auto-confiança?


Mais uma vez, um belo texto!


Aquele abraço!

Anónimo disse...

Olá Fonz...
Isso é uma grande verdade, mas há outros factores que nos fazem reagir assim, para além do "o que é que será que os outros vão pensar?"...
Mas esse factor também pesa muito ;)
É pena, mas é verdade!

Beijos

Patriarca disse...

Dois reparos ao texto. Em 1º lugar, como disseste e bem, é fácil afirmar que ninguém tem nada a ver com a nossa vida, apesar do ser humano se preocupar e ser de sua natureza falar de terceiros. Mas também te digo, aqueles que mais comentam a vida dos outros, que falam disto ou daquilo, que inventam boatos ou mentiras, são pessoas que não têm vida própria e como tal, são mesquinhas e interesseiras.

Quando referes que "nós próprios avaliamos os comportamentos dos outros, porque é que os outros não haveriam de avaliar os nossos?" concordo em absoluto contigo. Agora interrogo-te acerca de uma coisa. Quando conhecemos as pessoas em causa, podemos formular uma determinada opinião, muito mais esclarecida e válida, porque tens conhecimento de causa. Agora quando opinam sobre ti, não te conhecem minimamente e só por ouvirem um depoimento ou uma opinião de uma pessoa, começam a "cortar na casaca" e a espalhar mentiras acerca de uma determinada pessoa, achas que isso é correcto? Achas que é uma forma digna de avaliar os outros, como escreveste no teu texto? Na minha óptica, não.

Como também disseste e bem, comentários de baixo nível, desprezíevis ou insultuosos, atribuimos a importância que queremos. No meu caso, não lhe dou importância porque sempre convivi com as opiniões de terceiros, que não me conheciam, daí estar habituado ao longo da vida a ignorar esse tipo de atitudes. Como tal nunca me condicionei por tais factos, o que fez que o valor dado a essas atitudes fosse nulo.

A melhor forma de ignorar tais atitudes é fazer, como descreveste, agir de modo racional e coerente, sem nunca pisar os calcanhares de terceiros, porque a velha máxima que refere que "a minha liberdade termina quando começa a liberdade de outro" é muito verdadeira.

Já agora, gostava de saber o que achas sobre isto. Um abraço e continuação de bons textos.

Hugo Malcato disse...

Digamos que "aceito/tolero" os comportamentos, mas não os considero dignos ou fiáveis... Apenas quis dizer que é natural comentarem ;)